Pesquisar

Pesquisa personalizada

Resultado da busca

Mostrando postagens com marcador Jogadores do passado GERALDÃO. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Jogadores do passado GERALDÃO. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Geraldão (ex-Corinthians) jogou em Marília pelo AA São Bento




Nasci em Álvares Machado, 10 km de distância, comecei a jogar bola por lá e fui me destacando. Vários senhores da minha cidade viram que eu estava jogando bem, passaram a tentar ajudar o meu pai e eu. Sou de família pobre,  estudava na cidade, trabalhava no sítio, era praticamente um bóia fria, dependia de muita coisa desta parte, fui orientado e levado aos clubes para fazer testes, antes de assinar contrato com o Marília de São Bento. Fiz teste no América de Rio Preto, ficando uma semana lá. Também fiz teste em Lins, ficando 21 dias. Só não fiquei nestes clubes porque estava no começo de carreira, era caipira, vinha do sítio, não tinha muita coisa e dependia de outras pessoas pra ajudar a minha família. Voltei para minha cidade e fui jogar na Prudentina, de Prudente, o Campeonato Amador e Regional, porque o time havia caído em 1967. No ano de 68 estava brigando pra voltar para a Divisão Principal. Ela caiu devido ao mal entendido da Federação, porque naquele ano era pra cair dois clubes e acabaram derrubando três, com a Prudentina caindo também. Ficamos brigando neste em 68. No começo de 69, a Prudentina percebeu que não iria conseguir voltar à Divisão Principal e acabou com o futebol, dispensando todos os jogadores que estavam lá. Joguei com o finado Lidu, que veio pra São Paulo, com o Polaco, pra jogar no Corinthians, depois houve aquela tragédia envolvendo o Eduardo. Depois apareceu pra mim uma oportunidade na Diamantina através de um ex-jogador deles, o Vicente. Ele soube que eu estava na Prudente fazendo muitos gols no Campeonato Amador, eles estavam formando um time pra disputar a Segunda Divisão e foram me buscar. Fiz teste durante três meses, mas não assinei o meu primeiro contrato, porque a Diamantina era um time pobre que estava começando o campeonato naquela época. Apareceu o São Bento de Marília, que era um time mais tarimbado, que havia disputado vários campeonatos, acabei indo pra lá e assinei o meu primeiro contrato em 1969. Foi  uma história engraçada, porque quando resolvi parar, 20 anos depois, foi em Garça, que é uma cidade vizinha de Marília. Tive algumas dificuldades no São Bento, que formou um bom time, estávamos em primeiro lugar no turno inicial e fazíamos uma boa campanha. Quando começou o segundo turno, o São Bento começou a sofrer pressões da Federação, de ex-jogadores do clube que cobravam as rendas dos jogos de Marília. A Federação pegava tudo, passamos a ficar sem comida na Concentração, não recebíamos ordenado e, com estas dificuldades, o time passou a quebrar, começando a cair, tirando o mando dos jogos de Marília. Cheguei a passar fome lá, uma fase que não gosto muito de relembrar, pois era na época que estava iniciando. Fui chamado de pinguço, sendo que naquela tempo eu nem sabia o que era cerveja, só tomava refrigerante. No time de Marília, só tinham dois que não bebiam, que era eu e um ex-jogador que mora aqui em São Paulo, que ficou desgostoso, não quis mais saber de bola, começou a trabalhar como Segurança, hoje é aposentado e de vez em quando nos encontramos. Taxaram nós como beberrões, saí de lá bem magoado, voltei pra minha cidade, sentido, pois eles deveriam averiguar o que realmente estava acontecendo e saber quem eram as pessoas. Apareceu o presidente do Epitaciana, que ia disputar a Segunda Divisão. Tinha um rapaz de lá que soube que havia voltado pra Machado e, como eles procuram um centroavante, foi me buscar. Perguntou se eu queria fazer um teste, aceitei, mas disse dependia do meu pai, porque éramos pobres, conversaram com ele, que acabou aceitando. Chegando lá, disseram que ia jogar no Segundo Quadro. Fiz três gols. Pediram pra eu ficar na reserva do time principal que iria jogar em seguida. Foi aí que a minha carreira começou. O jogo era difícil, entrei no segundo tempo e, graças à Deus, eu fui bem.
Fonte: http://ftt-futeboldetodosostempos.blogspot.com




Geraldão desfila seu oportunismo entre os veteranos
Por Bruno Chazan, especial para a GE.net
A torcida do Corinthians não recebeu bem a contratação do atacante Geraldo junto ao Botafogo de Ribeirão Preto em novembro de 1975. Afinal, vários artilheiros consagrados – Flávio, Nei e Servílio, entre outros - haviam passado pelo Parque São Jorge, e nem por isso o clube tinha conseguido quebrar o jejum de títulos, que já durava 21 anos. Não seria um tal Geraldão, e ainda por cima com o apelido "Manteiga" acrescentado ao nome, que assumiria a camisa 9 alvinegra e levaria o Coringão ao tão sonhado caneco.
Vinte e um meses depois, a Fiel se arrependia da desconfiança e eternizou no coração esse ex-bóia-fria de Álvares Machado, pequena cidade do interior paulista. Ele acabara de se tornar artilheiro do time que derrotou a Ponte Preta em três finais dramáticas no Morumbi e pôs fim ao sofrimento da segunda maior torcida do Brasil.
Geraldão sente prazer ao afirmar que ainda veste a camisa do time de coração. E literalmente. Ele é um dos destaques dos Masters do Corinthians, que disputa amistosos por todo o estado de São Paulo. Ao lado de ex-companheiros como Ataliba, Biro-Biro, Edu e Zé Eduardo, o ex-matador ainda exibe seu estilo desajeitado e raçudo de fazer gols. E garante que se prepara para isso. "Agüento até o fim da maioria das partidas, até porque ainda treino. Corro dez quilômetros por dia numa pista de cooper na Penha, do lado de casa", conta.
E não é somente com os Masters que Geraldão mata a saudade da bola. Juntamente com 75 ex-jogadores, ele ensina os primeiros passos do futebol para crianças carentes da cidade de São Paulo, por meio de uma cooperativa vinculada à Prefeitura. "Vamos no meio da favela para tirar as crianças do contato com as drogas. Enquanto elas mexem com bola, não pensam em maldade".
Esse não é o primeiro contato do ex-jogador com iniciantes no futebol. Por quatro anos, ele foi técnico dos juvenis do Corinthians, e carrega no currículo o fato de ter participado da formação de atletas que fizeram sucesso com a camisa alvinegra, como Marques, Silvinho, Cris, Edu, André Santos e Zé Elias. Desse último, porém, Geraldão ostenta um orgulho ainda maior. "Fui eu quem insisti para que o Zé não trocasse os gramados pelo futebol de salão. Em 93, ele tinha sido convocado para defender a federação paulista e eu não o liberei. Quebrei o pau com o pai dele por causa disso", revela. Resultado da teimosia: no mesmo ano Zé Elias foi promovido aos profissionais pelo técnico Mário Sérgio e tornou-se ídolo da torcida, que o adotou como o "Zé da Fiel".
A relação com o clube que o consagrou só não é mais intensa porque Geraldão se diz chateado com a atual administração. Não foram poucas as vezes em que ele, o 22° maior artilheiro da história corintiana com 90 gols, foi barrado nos portões do Parque São Jorge. Tanto que ele nem se interessa mais em acompanhar os treinos. "O Geninho é meu amigo, jogamos juntos e ele foi meu treinador. Até agora não pude visitá-lo, dar um abraço, porque a burocracia lá é muito grande. Nem o fato de jogarmos pelo Masters ajuda".
 Raio-X
Foto Gazeta PressNome: Geraldo da Silva (Geraldão)
Data de nascimento: 25/07/1949
Local: Álvares Machado (SP)
Clubes: Prudentina (68), São Bento de Marília (69), Associação Atlética Epitaciana (70), Botafogo-SP (70 a 75), Corinthians (75 a 78), Juventus (78), Corinthians (79 a 81), Juventus (81), Grêmio (81), Inter-RS (82/83), Colorado-PR (84), Mixto-MT (85), Corinthians de Presidente Prudente (86/87), Associação Atlética Itararé (87), Associação Atlética União de Valinhos (88) e Garça (89)
Títulos: Bicampeão paulista (77 e 79) pelo Corinthians, e gaúcho (82) pelo Inter
Pelo Corinthians: 278 jogos e 90 gols