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domingo, 8 de março de 2009

Jogadores do Passado - Varlei


MARÍLIA - Time campeão do Paulistinha em 1971 e que subiu para o Paulistão. O MAC contava com o meia Prado, que depois foi para o São Paulo, e Ivo Picerni, de Neves Paulista. De pé: Henrique Pereira, Brito, João Luís, Juvenal, Elmo e Raimundinho; agachados: Varlei, Prado, Wilson, Valdemar e Ivo
















“Eu era veloz conduzindo a bola, tinha dribles curtos e uma arrancada forte no sentido do gol, além de chutar forte de perna esquerda, apesar de ser destro.” Esta é a auto-análise feita por Varlei, relembrando à época em que atuava como ponta-direita e ponta-esquerda. Incansável, corria por todos os lados do campo. Era uma espécie de “formiguinha operária”. Foram 15 anos de carreira dedicados a 13 clubes, identificando-se mais com Noroeste, XV de Piracicaba e Marília. Nascido em Limeira, no dia 18 de setembro de 1945, Varlei Batista de Carvalho começou a jogar futebol no Esporte Clube Estudantes, um time de garotos de sua cidade natal. Dirigentes da Inter o viram em ação no campeonato amador e o levaram para defender a principal equipe da cidade.


Em 1963 foi contratado pelo Jaboticabal Atlético, integrante da Segunda Divisão de Profissionais (atual A-3). “Tive uma boa atuação num amistoso contra o XV de Piracicaba e pouco tempo depois o Rípoli (Romeu Ítalo Rípoli, presidente quinzista) me comprou”, recorda. Com o clube piracicabano teve a oportunidade de conhecer vários países europeus em uma excursão realizada em 1964. A delegação embarcou no dia 15 de abril e retornou em 12 de junho. Neste período jogou na União Soviética, Polônia, Dinamarca, Alemanha e Suécia. Foram 20 partidas, com cinco vitórias, cinco empates e 10 derrotas, num total de 32 gols marcados e 37 sofridos.


Retornando da turnê européia, foi emprestado por três meses ao “xará” de Jaú até que em 1965 o Noroeste comprou o seu passe. Permaneceu duas temporadas no time de Bauru, posteriormente sendo negociado com o Londrina, do técnico Nestor Alves. Em 1969 já estava no Ferroviário de Curitiba, atual Paraná Clube, onde foi bicampeão estadual. No ano seguinte, o treinador Carlos Froner o levou para o Grêmio de Porto Alegre. “Não me adaptei bem ao futebol gaúcho”, reconhece. Em 1971, Varlei retornara ao interior paulista, por intermédio do técnico Alfredo Sampaio, para ajudar o Marília a conquistar o título da Primeira Divisão, classificatório para o Paulistinha (atual Série A-2). Aquele campeonato também foi inesquecível para o Rio Preto, que morreu na praia. 


Além de Rio Preto e Marília, a fase decisiva reuniu Saad de São Caetano do Sul, Catanduvense e Garça. Todos os jogos foram disputados no Parque Antártica, em São Paulo. Na preliminar da última rodada, terça-feira, dia 24 de agosto, o Marília recebeu uma mala preta de Cr$ 30 mil do Rio Preto e ganhou do então líder Saad por 1 a 0. O MAC entrou no páreo e, para ser campeão, dependia de uma derrota do Jacaré para o Catanduvense, no jogo de fundo. O folclórico Alfredo Sampaio repassou o dinheiro do Rio Preto para o time de Catanduva, que venceu a equipe rio-pretense por 1 a 0 e ajudou o MAC a subir de divisão. Como cumpria à risca as funções táticas, Varlei caiu nas graças de Alfredinho Sampaio, que o levou no ano seguinte para o Comercial, de Ribeirão Preto. Os dois também trabalharam juntos no Botafogo, em 1973. Na ocasião, Varlei jogou com o centroavante Geraldão, que depois foi para o Corinthians, Alexandre Bueno, que esteve no São Paulo, e Júlio Amaral, pai do atacante Leandro Amaral, atualmente no Fluminense. Varlei ainda retornou ao Noroeste em 1975, jogou na Inter de Limeira e no Sãocarlense na temporada seguinte e pendurou a chuteira um ano depois no Palmeiras, de São João da Boa Vista.


Tira ameaçados do sufoco
Depois de encerrar a carreira de jogador, Varlei de Carvalho ficou quase um ano parado até que seu velho amigo Alfredo Sampaio o convidou para ser auxiliar técnico do Noroeste, em 1978, no time que tinha como destaque Jairzinho, o “Furacão da Copa de 70”. Na última rodada do Paulistão, o Norusca precisava ganhar do Paulista de Jundiaí, em Bauru, para não ser rebaixado. “Quebrou o pau e a federação marcou um novo jogo, no Parque Antártica, com portões fechados”, diz Varlei. “O Alfredinho estava suspenso e eu comandei o time do banco. Ganhamos de 1 a 0, gol do lateral-direito Borges e evitamos o rebaixamento.”


Foi o ponto de partida para abraçar a carreira de treinador. “No ano seguinte, assumi o Noroeste e ficamos 14 jogos invictos.” Como um peregrino, já comandou mais de 20 clubes. Tornou-se especialista em tirar as equipes do rebaixamento. “Salvei Noroeste, Paraguaçuense, Comercial umas quatro vezes e o América este ano”, enumera. Por outro lado, ele também coleciona títulos. Subiu o Noroeste para o Paulistão, em 1986, foi campeão paranaense de 1992 pelo Londrina (ganhou do União Bandeirante na final) e vice-campeão catarinense de 1982, pelo Criciúma. Também fez boa campanha dirigindo o Rio Preto, em 1984. “Foi duro receber”, diz Varlei, que mora em Bauru com a mulher Helda e os filhos Sérgio, Fabiana e Braiythiner.


Em pé: Melo Aires (médico) - Muca - Pescuma - Proti - Virgílio - Neves e Dorival. Agachados: Nondas - Varlei de Carvalho - Picolé - Benê e Sabino.



Por Ed Villa.