Em 1911, quando os primeiros clubes de futebol começavam a se espalhar pelo País, um grupo de comerciantes de Ribeirão Preto, conscientes de que juntos poderiam formar também uma equipe competitiva, se reuniu numa pequena loja do centro da cidade. Desse encontro nasceu o Comercial Futebol Clube.
O primeiro estádio foi construído no alto da cidade entre as ruas Tibiriçá e Visconde de Inhaúma. Dentro das quatro linhas, a equipe começava a ganhar as manchetes dos jornais da capital. Nessa época, despontavam jogadores como os irmãos Grota, Belmácio Godinho, irmãos Franco e Geraldo Guião, entre tantos outros.
Em 1935, o clube extinguiu o Departamento Profissional. A diretoria havia comprado o passe dos irmãos Bertoni, uruguaios, que ganhavam altos salários para a época. Os outros jogadores se insurgiram. Queriam ganhar o mesmo. As finanças foram se deteriorando. Tendo em vista que o futebol poderia levar o clube à ruína e não sobraria mais nada de um patrimônio valioso, comercialinos como Camilo de Mattos e Antônio Uchôa Filho resolveram intervir. Convocaram uma assembléia e o Comercial foi anexado à Sociedade Recreativa, que absorveu a dívida de 40 contos, em 1937.
Foram quase 20 anos de paralisação. Porém, a tradição foi recuperada. Em 1954, um grupo de antigos e fiéis comercialinos se reuniu para estudar o ressurgimento do "Leão". Entre eles, Francisco de Palma Travassos, doador do terreno onde foi construído o estádio que leva seu nome. Do esforço desses homens, no dia 8 de abril daquele ano, o Comercial era novamente organizado e, em 7 de outubro, numa fusão com o Paineiras Futebol Clube, já filiado à Federação Paulista de Futebol, o Leão estava pronto para disputar o campeonato da segunda divisão de profissionais daquele ano.
Logo no primeiro ano que voltou a jogar profissionalmente, o Comercial poderia ter conquistado uma vaga na primeira divisão. Com uma campanha invejável, chegou às finais contra o time do Taubaté e ficou com o vice-campeonato. O título veio em 1959, contra o Corinthians de Presidente Prudente. O Comercial Futebol Clube de Ribeirão Preto era o novo caçula da Divisão Especial.
O início do anos 60 foi uma época em que o Comercial tinha grandes craques, como Carlos César e seus potentes chutes de esquerda, que lhe valeram o apelido de "esquerdinha de ouro". Havia também o zagueiro Peter, um jogador de físico privilegiado, que se consagrou como um dos melhores marcadores de Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos, reconhecido pelo próprio Rei do futebol. E foi nessa época que o Comercial viveu um dos melhores momentos de sua história. Com um verdadeiro esquadrão, a equipe era imbatível dentro de sua casa e conseguia grandes resultados fora dela.
Em 1962, o clube foi vice-campeão da Taça São Paulo, perdendo apenas a final para o Santos, de Pelé. No dia 14 de outubro de 1964, inaugurou seu atual estádio, o Palma Travassos, na derrota por 3 a 2 para o Santos. Paulo Bin, atacante do Comercial, marcou o primeiro gol. No ano de 1965, venceu a Copa Ribeirão Preto jogando contra Corinthians, Fluminense (RJ) e Botafogo (RJ).
Contudo, foi em 1966 que o Comercial viveu o seu melhor ano, e o time, de tão bom, foi apelidado de "Rolo Compressor". Alguns feitos da equipe naquele ano: acabou com uma invencibilidade de 14 jogos do Palmeiras dentro do Palestra Itália; conseguiu a proeza de marcar cinco gols no Santos de Pelé dentro da Vila Belmiro, em um jogo que muitos consideram um dos mais espetaculares de todos os tempos; venceu novamente o Palmeiras por 3 a 0, no dia 4 de fevereiro, na inauguração dos refletores do estádio Palma Travassos (primeiro jogo noturno oficial na cidade Ribeirão Preto); foi campeão do primeiro turno do paulistão; campeão do interior; e terminou a competição em terceiro lugar, perdendo apenas para Palmeiras e Corinthians
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