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A competência de Vail Mota
Profissional correto e extremamente competente, Vail Mota foi um técnico que marcou época, criando laços afetivos nos clubes que dirigiu, principalmente América e Ferroviária. Por onde passou, sempre deixou as portas abertas. Tanto é, que comandou o Rubro em cinco temporadas (71/72/74/75 e 92), sendo superado apenas por João Avelino, Wilson Francisco Alves, Benedicto Ambrózio e Urubatão Calvo Nunes. Também foram inúmeras as passagens pelo time de Araraquara. Nascido no dia 21 de julho de 1938, em Itirapina, na região de Araraquara, Vail sempre foi fissurado em futebol. Pouca gente sabe, mas ele jogou como ponta-esquerda, iniciando a carreira na extinta ADA, de Araraquara, atuando ainda na Ferroviária. Inclusive, integrou o time afeano, campeão da Segunda Divisão de 1955. Reconhecendo ser limitado tecnicamente, parou de jogar ainda jovem no final de década de 50. Dedicou-se aos estudos, concluiu o curso de Educação Física e agregou-se à comissão técnica da Ferrinha. Foi preparador físico e auxiliar técnico de Diede Lameiro nas vitoriosas campanhas de 1967 e de 1968, quando a equipe araraquarense foi bicampeã paulista do Interior.
Após a goleada de 4 a 0 sobre o Napoli, da Itália, em jogo festivo no dia 9 de junho de 1968, Diede foi contratado pelo São Paulo e Vail, que além de auxiliar também orientava os aspirantes, foi efetivado no time principal. Estreou na vitória de 2 a 1 sobre a seleção de Costa Rica, dia 7 de novembro de 1968, na terceira excursão internacional da história da Ferrinha, desta vez para a América Central. Em 13 partidas, acumulou nove vitórias, três empates e apenas uma derrota, com 22 gols marcados e nove sofridos. No ano seguinte, Vail conduziu a Ferroviária ao tricampeonato do Interior, com 10 vitórias, seis empates e 10 derrotas. Foram 29 gols a favor e 35 contra. Em 1970, comandada por Vail, a Ferroviária conseguiu triunfos significativos, como o 1 a 0 diante do Santos, de Pelé, Clodoaldo, Carlos Alberto Torres e Edu, tricampeões mundiais com a Seleção, além dos 2 a 0 frente ao São Paulo, de Gérson, o “canhota de ouro”, que acabou com o título estadual. O treinador ganhou fama e teve propostas de várias equipes. Contratado pelo América, dirigiu o time no Paulistinha de 1971, conseguindo o acesso ao Paulistão do ano seguinte. Na elite, foi 9º colocado entre os 12 participantes. Tornou-se um lapidador de talentos e projetou grandes jogadores como o ponta-esquerda Nei, o centroavante Lance, o lateral-direito Paulinho, os goleiros Getúlio e Marco Ortolan, o zagueiro Wagner, os pontas Mazinho e Paraná Buchinha, entre tantos outros.
Apesar da campanha instável de 1972 com o Rubro, foi contratado pelo São Paulo para substituir Alfredo Ramos. Porém, ficou apenas dois meses no Tricolor. A pressão era intensa, principalmente por parte de José Poy, que ocupava o cargo de gerente de futebol, mas queria influenciar na escalação da equipe. Vail saiu e foi substituído justamente por Poy. Retornou ao América em 1974, quando o Vermelhinho terminou em 11º entre os 14 times do Paulistão. Também esteve no América em 1975, mas ficou apenas dois meses, sendo substituído por Urubatão. Sua última passagem pelo América foi em 1992, ficando até a 9ª rodada do Paulistinha, quando pediu demissão, no dia 25 de agosto, após a derrota de 2 a 1, em casa, para o São José. O fisicultor Renato Cabral assumiu a equipe interinamente e foi sucedido por Roberto Brida. Vail ainda reencontrou o América na 15ª rodada, quando já havia retornado à Ferroviária. O confronto aconteceu quarta-feira, dia 16 de setembro, e a Ferrinha venceu por 1 a 0, no Mário Alves Mendonça.
Seleção paulista e ídolo em Goiás
Vail Mota comandou a seleção paulista de novos entre agosto e novembro de 1976 na excursão à Ásia, obtendo resultados expressivos como a conquista da Copa da Coréia do Sul. Como treinador, virou ídolo em Goiânia, ao conquistar o estadual pelo Vila Nova e pelo Atlético. Também trabalhou no Goiás. Ainda dirigiu Sport Recife, Marília, Francana, São José, Corinthians de Prudente, XV de Piracicaba, Catanduvense, Catuense e outros clubes. Pai de Márcia, Cristina, Rita, Adriana e Patrícia e separado de sua mulher, Edméia, Vail mora em Araraquara, onde luta há mais de um ano contra o Mal de Alzheimer.
Arquivo pessoal de Rui Guimarães |
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AMÉRICA - Time sob o comando de Vail Mota, que perdeu de 2 a 0 para o Palmeiras, dia 12/3/1972, no estádio Mário Alves Mendonça, pelo 1º turno do Paulistão. De pé, a partir da esquerda: Issamo Iwata (médico), Vail Mota, Getúlio, Dobreu, Jairzão, Nelson Prandi, Paulinho, Walter e os dirigentes Joaquim Sequeira Dias e Aluizio Cherubini; agachados: Maurício Brione ‘Risada’, Antônio Sutto ‘Tio Nico’, Mazinho, Turcão, Milton, Didi e Nelson Luiz
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Arquivo pessoal de Rui Guimarães |
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ENTRE AMIGOS- Jurandir Otoboni, Emerson Sumariva, Vail Mota e José Eduardo Pupo Galeazzi conversam durante reunião de dirigentes do América, realizada em 1971, na antiga sede do clube, no estádio Mário Alves Mendonça. O treinador fez muitas amizades em Rio Preto
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Arquivo pessoal de Vail Mota |
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ADA - Pouca gente sabe, mas Vail também foi jogador e seu primeiro clube foi a extinta ADA, de Araraquara. A foto mostra uma das últimas formações da equipe em 1956, no estádio municipal Tenente Siqueira Campos. De pé, só foram identificados Braga (2º à esquerda) e Ferracioli (5º à esq.); agachados: Moacir Turco, Carlinhos Jajá e Vail Mota, (1º, 4º e 5º a partir da esquerda, respectivamente)
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Arquivo pessoal de Vail Mota |
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SELEÇÃO PAULISTA - No desembarque em Seul para fazer uma excursão de dois meses à Ásia. De pé, a partir da esquerda: Toni (empresário), Flávio Prado (repórter), João Atala (diretor), cartola não identificado, Wilson Carrasco, Titica, Ademir Fonseca, Sérgio, Mauro Pastor, Serginho, Nelson Prandi, Luiz Antônio Totó, Paulinho, Tatinha, Vail Mota e Osmar de Oliveira (médico); agachados: Armando (roupeiro), Nascimento, Wilson Luiz, Tutu, Carlos, Gatãozinho, Elói, Iaúca e Carlos Roberto
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Arquivo pessoal de Vail Mota |
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CAMPEÃO - Equipe da Ferroviária campeã do Interior entre os clubes da Divisão Especial de 1967. De pé, a partir da esquerda: Domingos Brogna, Diede Lameiro, Vail Mota, Laércio de Arruda Ferreira ‘Pelica’, Zé Catira (roupeiro), Aldo Comito (presidente), Galdino Machado, Rossi, Beluomini, Bebeto Oliveira, Fogueira, Baiano, Rodrigues, Moacir Verrachio (massagista), Carlos Alberto, Joãozinho e Passarinho; agachados: o 1º mascote é Dorival Júnior (técnico demitido do Cruzeiro), o 2º não foi identificado, Dorival Silvestre, Dobrada (massagista), Pio, Valdir, Maritaca, Téia, Bazani, Nei, Almeida, doutor Eduardo Lauand e Leocádio
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Arquivo pessoal de Vail Mota |
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FERROVIÁRIA - Formação que disputou o Campeonato Paulista de 1970, sob a batuta do técnico Vail Mota. Em pé, da esquerda para a direita: Fernando Sátiro, Fogueira, Getúlio, Mariani, Ticão, Bebeto Oliveira, Fernando Paolilo e Vail Mota; agachados, na mesma ordem: Maurinho, Luiz Ernesto Lance, Cabinho, Bazani e Nei. Posteriormente, o centroavante Cabinho, que já havia jogado no América, foi negociado com a Portuguesa. Lance acabou vendido ao Corinthians e o ponta-esquerda Nei fez sucesso defendendo o Palmeiras
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Arquivo pessoal de Vail Mota |
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PAULISTÃO DE 1989 - O treinador Vail Mota no comando da Ferroviária durante o Paulistão de 1989, no estádio da Fonte Luminosa, em Araraquara. Ao fundo, entre os reservas estão Valdo Caminhoneiro, Nordivaine, o goleiro Pavão e Rocha
Fonte : ED VILLA
O nome de Vail Mota está ligado ao banco de reservas. Durante muitos anos ele dirigiu várias equipes do país, com destaque para América de Rio Preto (cinco passagens) e Ferroviária de Araraquara. No entanto, sua ligação com o futebol vem da década de 1950. Vail foi um esforçado ponta-esquerda da Ada de Araraquara e da própria Ferroviária. Parou de jogar cedo para se dedicar aos estudos. Formou-se em Educação Física. Antes de se tornar treinador, foi preparador físico. Fez parte inclusive da comissão técnica comandada por Diede Lameiro na Ferroviária que teve um grande time no final da década de 1960. Atualmente, Vail, que nasceu em 21 de julho de 1938 na cidade paulista de Itirapina, está aposentado. Reside em Araraquara e luta contra o Mal de Alzheimer.
O Almanaque do São Paulo, de Alexandre da Costa, faz registro da passagem de Vail pelo clube. O treinador comandou o clube do Morumbi em 1972 em apenas 11 jogos, com duas vitórias, quatro empates e cinco derrotas. Entrou em lugar de Alfredo Ramos e foi substituído por José Poy.
Por Marcelo Rozenberg
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