Alexandre Martins em 22 Out 2009
MÁRCIO MALVADO
O zagueiro-central Márcio,do Santos,passa pela sala de imprensa na Vila Belmiro e o técnico Daltro Menezes pede que se sente ”Repita aqui o que temos falado com você”.Márcio ajeita melhor os seu 1,82m e 78 Kg na cadeira e abaixa a cabeça.Terá que falar sobre lago condenável, e isso o constrange.”É, vocês tem me alertado porque ando me excedendo na violência, e que isso pode prejudicar minha carreira.Claro que você tem razão.Mas eu tenho me esforçado para maneirar”.
Os amigos andam preocupados com o futuro de Márcio Antonio Rossini, 21 anos – e co a integridade física dos atacantes abalroados por ele.Da última vez que Márcio foi a Marília – cidade de onde saiu para o Santos - Nelson – seu pai, pediu que nunca mais repetisse a voadora que aplicou nas pernas do centroavante Careca, do Guarani”Vi pela tevê e temi pelo Careca”, exclamou Nelson.
Aquele lance foi o mais recente numa carreira curta, porém já marcada pela violência.
Nos últimos dois anos,Márcio foi expulso quatro vezes – uma no Marília e três no Santos – todas por jogo bruto ou agressão.
Mas que razões levariam um rapaz bem educado,gentil e cheio de amigos a se transformar em campo?.”Um becão não pode dar moleza”, defende-se ele.É o meu estilo, sou entanto, que tem recorrido aos calços e encontrões mais vezes,”porque o nosso meio campo marca muito pouco e deixa tudo para o último homem”.
De qualquer forma, o brilho nos olhos e o quase imperceptível sorriso denunciam seu orgulho por se sentir respeitado pelos atacantes.
– Ele é um jogador tão jovem.Respeitado, e mesmo, temido.No último jogo contra o Juventus,o centroavante Geraldão – alto e troncudo como ele — chegou a arrepiar em uma dividida” Até gozei da cara do Geraldão”,gaba-se.
“Falei: o que é isso,garoto,está preocupado.?”
Em 1977,titular aos 17 anos,protagonizou um estrepitoso duelo com Serginho, do São Paulo, 1,90m de altura.Foram tantas as soladas e cotoveladas e tão brutais os choques entre os dois, que a torcida, constrangida, invadiu o campo para participar da guerra.”Desde então,eu e o Serginho nos respeitamos muito em campo”.afirma Márcio.
Quem recuar até a infância de Márcio não encontrará nenhuma cena que contradiga quadro atual.Quando bebê,ele ganhou um concurso de robustez.Aos seis anos,já montava a cavalo, caçava passarinhos e recusava companhia da avó para ira à escola —considerava-se homem suficiente para andar sozinho.Detestava gatos;matava o que conseguia pegar.
Foi meia-direita — até os 13 anos, mas um dia concluiu que não adiantava reclamar da violência das defesas, que isso era inerente ao jogo”Resolvi passar para o outro lado”,conta.
“Transformei em beque-central.”
Mas não há técnico que possa se queixar do seu desprendimento.Em 1979, por exemplo,o Marília precisava ganhar do Santo André para não cair para a Segundona e ele, com o tornozelo inchado,fez questão de jogar.Comandou vitória de 4 x 1 e,no fim do jogo, foi expulso por dar um soco o goleador Da Silva.Não há,igualmente,quem lhe negue a capacidade de ser solidário:há tempos,ao ver um garoto das divisões inferiores do Santos passando frio,presenteou-o com a própria blusa.
E quem procurar saber o que passa na cabeça de Márcio em seu momentos de violência,verá que está é,uma parte,resultado de sua extrema sensibilidade.É quem procurar saber o que se passa na cabeça de Márcio em seus momentos de violência,verá que está é, em parte,resultado de sua extrema sensibilidade.”Antes daquele jogo”,revela.”Fiz menção de cumprimentar o Careca e ele nem ligou.Puxa,nós éramos amigos na Seleção de Novos de 1979 e aquele mascarado não quis me cumprimentar.Depois, na primeira bola, ele me acertou e fiquei esperando as desculpas.Que nada,o cara me ofendeu.Quando a oportunidade apareceu, resolvi dar a voadaora.”
O técnico Daltro Menezes contempla aquela magnífica massa muscular postada a sua frente e aconselha:”Você precisa encontrar um ponto de equilíbrio para se transformar num dos grandes zagueiros do Brasil. Ou pode não chega a nada”.No entanto, se não mudar, o rapaz está a caminho de deixar de ser conhecido como Márcio, o Mavaldo, para passar a ser chamado de Márcio,o Açougueiro.Depende dele.
Os amigos andam preocupados com o futuro de Márcio Antonio Rossini, 21 anos – e co a integridade física dos atacantes abalroados por ele.Da última vez que Márcio foi a Marília – cidade de onde saiu para o Santos - Nelson – seu pai, pediu que nunca mais repetisse a voadora que aplicou nas pernas do centroavante Careca, do Guarani”Vi pela tevê e temi pelo Careca”, exclamou Nelson.
Aquele lance foi o mais recente numa carreira curta, porém já marcada pela violência.
Nos últimos dois anos,Márcio foi expulso quatro vezes – uma no Marília e três no Santos – todas por jogo bruto ou agressão.
Mas que razões levariam um rapaz bem educado,gentil e cheio de amigos a se transformar em campo?.”Um becão não pode dar moleza”, defende-se ele.É o meu estilo, sou entanto, que tem recorrido aos calços e encontrões mais vezes,”porque o nosso meio campo marca muito pouco e deixa tudo para o último homem”.
De qualquer forma, o brilho nos olhos e o quase imperceptível sorriso denunciam seu orgulho por se sentir respeitado pelos atacantes.
– Ele é um jogador tão jovem.Respeitado, e mesmo, temido.No último jogo contra o Juventus,o centroavante Geraldão – alto e troncudo como ele — chegou a arrepiar em uma dividida” Até gozei da cara do Geraldão”,gaba-se.
“Falei: o que é isso,garoto,está preocupado.?”
Em 1977,titular aos 17 anos,protagonizou um estrepitoso duelo com Serginho, do São Paulo, 1,90m de altura.Foram tantas as soladas e cotoveladas e tão brutais os choques entre os dois, que a torcida, constrangida, invadiu o campo para participar da guerra.”Desde então,eu e o Serginho nos respeitamos muito em campo”.afirma Márcio.
Quem recuar até a infância de Márcio não encontrará nenhuma cena que contradiga quadro atual.Quando bebê,ele ganhou um concurso de robustez.Aos seis anos,já montava a cavalo, caçava passarinhos e recusava companhia da avó para ira à escola —considerava-se homem suficiente para andar sozinho.Detestava gatos;matava o que conseguia pegar.
Foi meia-direita — até os 13 anos, mas um dia concluiu que não adiantava reclamar da violência das defesas, que isso era inerente ao jogo”Resolvi passar para o outro lado”,conta.
“Transformei em beque-central.”
Mas não há técnico que possa se queixar do seu desprendimento.Em 1979, por exemplo,o Marília precisava ganhar do Santo André para não cair para a Segundona e ele, com o tornozelo inchado,fez questão de jogar.Comandou vitória de 4 x 1 e,no fim do jogo, foi expulso por dar um soco o goleador Da Silva.Não há,igualmente,quem lhe negue a capacidade de ser solidário:há tempos,ao ver um garoto das divisões inferiores do Santos passando frio,presenteou-o com a própria blusa.
E quem procurar saber o que passa na cabeça de Márcio em seu momentos de violência,verá que está é,uma parte,resultado de sua extrema sensibilidade.É quem procurar saber o que se passa na cabeça de Márcio em seus momentos de violência,verá que está é, em parte,resultado de sua extrema sensibilidade.”Antes daquele jogo”,revela.”Fiz menção de cumprimentar o Careca e ele nem ligou.Puxa,nós éramos amigos na Seleção de Novos de 1979 e aquele mascarado não quis me cumprimentar.Depois, na primeira bola, ele me acertou e fiquei esperando as desculpas.Que nada,o cara me ofendeu.Quando a oportunidade apareceu, resolvi dar a voadaora.”
O técnico Daltro Menezes contempla aquela magnífica massa muscular postada a sua frente e aconselha:”Você precisa encontrar um ponto de equilíbrio para se transformar num dos grandes zagueiros do Brasil. Ou pode não chega a nada”.No entanto, se não mudar, o rapaz está a caminho de deixar de ser conhecido como Márcio, o Mavaldo, para passar a ser chamado de Márcio,o Açougueiro.Depende dele.
Fonte: revista Placar 1981
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