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sábado, 5 de dezembro de 2009

Jogadores do Passado - NEGUITO

NEGUITO 

  Sérgio Menezes 8/4/2008  
HOJE Aposentado, Neguito ataca de compositor e já venceu concursos musicais em várias cidades. Na foto, ele exibe a camisa do Galo, onde atuou entre 1967 e 1969, e o corredor de sua casa, decorado com fotos da época em que jogava
João Jesus Cardoso, o Neguito, nasceu em Mangaratu, distrito de Nova Granada, no dia 15 de dezembro de 1943, passou a infância na fazenda Coqueiro, em Mirassolândia, começou a jogar no extinto Grêmio Recreação, Esporte e Cultura (Grec) de Mirassol e fez sucesso no futebol de Minas Gerais. Os primeiros chutes foram dados pelo time da fazenda. “Ganhamos um amistoso do Sincaf de Mirassol por 9 a 0 e, dias depois, o Jaimão, zagueiro deles, me convidou para jogar contra o juvenil do Grec”, recorda. Após o empate sem gols, Neguito pulou do Sincaf para o Grec, onde conheceu o técnico Pedro Patrício. “Devo muito a ele. É um homem que sabe aconselhar e incutir na gente o sentido de responsabilidade. Graças a ele tornei-me cumpridor das minhas obrigações.” Disputou três amistosos pelo juvenil do Grec até ser promovido pelo técnico Paulinho Balduíno ao time principal. Estreou no empate sem gols com o Bancários, em Fernandópolis. Pouco tempo depois houve a fusão entre Grec e Mirassol. Neguito foi escolhido pelos dirigentes para integrar o grupo. Assinou seu primeiro contrato profissional, mas o começo foi complicado. De manhã, apartava gado e fazia as outras tarefas na fazenda. Logo após o almoço percorria 25 quilômetros de bicicleta até Mirassol para treinar e jogar.




O esforço foi recompensado. Mesmo atuando como cabeça-de-área (volante), Neguito marcou 10 gols na 2ª Divisão de 1963. Três anos depois, a diretoria do Mirassol estava rachada e o futebol na cidade capengava. Cartolas rejeitaram uma proposta de Cr$ 15 mil feita pela Ferroviária e pediram Cr$ 25 mil para liberá-lo. Não houve acordo. Neguito parou de treinar e ia abandonar a carreira até que Silvio Taliberti e José Gontijo, dirigentes do Formiga, da 1ª Divisão de Minas Gerais, adquiriram seu passe junto ao Mirassol. Chegou antes da última rodada do 1º turno, quando a equipe estava na lanterna do campeonato. Com seus chutes certeiros de longa distância, marcou 10 gols e o Formiga subiu de produção, conquistando o título do Interior, terminando em 3º lugar, atrás apenas de Cruzeiro e Atlético. As boas atuações dele chamaram a atenção da diretoria do Galo, que não mediu esforços para contratá-lo. Apresentou-se ao Atlético junto com o ponta-direita Vaguinho, revelado pelo Democrata de Sete Lagoas. Ganhou a posição no meio-campo e tornou-se ídolo da torcida.

Também atuou no Rubro e no Jacaré
Neguito estava no auge no Atlético-MG quando sofreu um estiramento na coxa direita, que o deixou um bom tempo afastado. Voltou a treinar, mas já tinha perdido a posição. Vasco e Bangu interessaram-se por sua aquisição. Emprestado ao time de Moça Bonita, disputou o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (antigo Brasileirão). Ao final do empréstimo, o Bangu ofereceu Cr$ 80 milhões para tê-lo em definitivo, mas a diretoria do Galo recusou. Em 1969, Neguito foi emprestado ao América de Rio Preto. “Pra mim foi bom porque fiquei perto da minha família”, afirma. Disputou o Paulistão e retornou para Belo Horizonte. No ano seguinte, o Atlético-MG voltou a esnobar uma oferta de Cr$ 20 milhões feita por um clube da Venezuela pelo empréstimo de seis meses. Acabou indo para o Londrina.

Na temporada de 1971, o técnico Carlos Alberto Silva o trouxe para disputar a 1ª Divisão Paulista (atual A-2) pelo Rio Preto, que chegou à final do campeonato, mas não subiu ao Paulistão. O promovido foi o Marília. Um ano depois, Neguito defendeu o Marília na elite do futebol estadual. O meio-campista ainda atuou na Votuporanguense (1973), Inter de Bebedouro (1974/75) e no Nevense (1976), quando começou a trabalhar na loja Mahfuz. “Na equipe de Neves Paulista eu não tinha o compromisso de treinar e só ganhava cachê por jogo.” Na temporada seguinte, Neguito voltou ao Rio Preto. Porém, ficou pouco tempo. Treinava uma vez por semana e só jogava aos domingos. Participou de três amistosos e das duas primeiras partidas do Campeonato da Intermediária (atual A-2): derrota de 2 a 0 para o Independente, em Limeira, e empate de 1 a 1 com o Andradina, no Riopretão. Depois disso, decidiu parar. “Não era justo eu treinar uma vez na semana e ocupar a vaga de outro jogador que treinava a semana toda.” Neguito sofreu um grande baque há sete anos, com a morte da filha Luana, vítima de acidente de moto. Para superar o trauma, começou a compor música sertaneja romântica e de raiz, inclusive, ganhando alguns festivais regionais. Aposentado desde 2004, Neguito mora no bairro São Judas, em Rio Preto, com a mulher, Arlete. A filha Luciana e o neto Leonardo completam o alicerce da família.


Fotos: Arquivo pessoal de João Jesus Cardoso, o Neguito



MIRASSOL - Em pé, a partir da esquerda: Geraldo Cacareco (massagista), Pinheiro, Portinho, Valter, Zequinha, Altair, Murilo, Garcia e o diretor Wanderley Brienze; agachados: Origa, Neguito, Pinho, Odair e Sidnei Trombini





COM A FERA- Depois de se destacar no Mirassol, Neguito foi vendido ao Formiga, onde marcou 10 gols e obteve o título do Interior do Campeonato Mineiro de 1966, ficando atrás apenas de Atlético e Cruzeiro. Na foto, ele e o craque cruzeirense Tostão no jogo em Formiga





ATLÉTICO-MG- Após a brilhante campanha pelo Formiga, Neguito teve o passe comprado pelo Galo Mineiro, onde disputou o estadual de 1967. Na ocasião, o volante nascido em Mangaratu, distrito de Nova Granada, teve o privilégio de jogar ao lado de feras como o zagueiro Djalma Dias, pai de Djalminha, Vaguinho, que depois atuou no Corinthians, e Vanderlei Paiva, entre outros. De pé: Humberto Monteiro, Vanderlei Paiva, Djalma Dias, Vander, Odair e Fábio; agachados: Vaguinho, Ronaldo, Silvio, Neguito e Tião





AMÉRICA Do Atlético, Neguito veio emprestado para o Rubro e disputou o Paulistão de 1969. Na foto, o time que empatou em 1 a 1 com o Corinthians, dia 9/3, no MAM. De pé: Ambrózio, Adelson, Manoel, Raul Marcel, John Paul e Neguito; agachados: Kaneco, J. Alves, Cabinho, Moreno e Marco Aurélio





LONDRINA Neguito aventurou-se pelo time paranaense em1970. De pé, a partir da esquerda: Zé Roberto, Paraná Buchinha, Edmilson, Gleison, Jaú e Nem; agachados: Cardosinho, Caito, Gauchinho, Neguito e Mazinho





RIO PRETO Na 1ª Divisão de 1971. De pé: Rogério, Gilson Bernardes, Nei, Tula, Beto e Cidinho; agachados: Wilson, Neguito, Arnaldo, Cornélio e Dirceu



MARÍLIA Time que perdeu de 3 a 1 para a Portuguesa, no Parque Antártica, pelo Paulistão de 1972. De pé: José Condeli (diretor), José Ribamar (presidente), Betão, Djalma, Helinho, Henrique Pereira, Juvenal e Raimundinho; agachados: Varlei, Neguito, Nei, Valdemar e Ivo Picerni

Crédito : Diarioweb

Um comentário:

  1. Neguito, sou suspeita a falar dele, esse jogador é um gato, maravilhoso e levou alegria a muitos defendendo grandes times, além de hoje estar exercendo outra arte, a música, vale a pena investir, ouvir e se deliciar com letras que soam aos ouvidos como anjos. bjus tio lindão.
    Marilza Bressan

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