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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Ser torcedor do MAC é :

Times, Memórias e Grandes Histórias - Marília Atlético Clube
Na maioria dos artigos que escrevo penso em levar para os leitores os assuntos mais atuais e periclitantes, geralmente do mundo da bola. Mas as vezes isso cansa a mim, e provavelmente cansa a você também. Nada como mudar o enfoque de vez em quando para desanuviar e nada como desanuviar contando um pouco da história de um grande time......



Começo este espaço homenageando o Marília Atlético Clube, trazendo algumas curiosidades e principalmente uma especial crônica escrita por um Marilhense nato, meu amigo Flávio Salmen Maldonado.


Ao me enviar o texto, Flávio escreveu: “Mais do que o texto, a memória voltou viva. Hoje, durante o dia, pensei e lembrei-me de cada momento mágico. Tal como o Cony, escrevo do jeito que falo. Não possuo técnica. Só pela lembrança, valeu. Espero que utilize.”


Então, Como diria Fiori Giglioti: “Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo..."





“A primeira lembrança que tenho quando se fala de futebol era que nos dias de jogo do Mac, o Miltão colocava um bando de lunáticos com instrumentos musicais e tentava armar uma fanfarra. O Miltão, primo meu mais pra doido do que normal, tinha um caminhão velho. Nos dias de jogo do Marília, passava no bar do Japonês e apanhava aquilo que poderia ser considerada como a primeira torcida desorganizada do Mac.


Eles faziam passeios pelo centro da cidade, com a tentativa homicida de fazer música e soltando rojões. Eu e os moleques da rua ficávamos doidos de vontade de irmos juntos. O problema era meu pai, que tinha algum juízo e impedia.


Como o pai não ligava para futebol, eu nunca tinha ido ao estádio Bento de Abreu Sampaio Vidal. Porém, o Santo do futebol, que não sei qual, armou uma peça no velho.


Em um domingo de sol, igual ao da musica, fui a uma festinha de aniversário em um bairro afastado (se é que existe bairro afastado em Marília de 30 anos atrás). No meio da festa, um homem, mais doido do que o Miltão, disse que ia ao estádio assistir o segundo tempo de Mac e Ferroviária. Naqueles tempos, quando o jogo não era concorrido, abriam os portões no segundo tempo para a torcida local. Feito o convite mágico, foi fácil tapear a minha tia.


Entrei na Kombi junto com mais uma dúzia de moleques. Fomos felizes da vida. Como chegamos antes do final do primeiro tempo, tivemos que esperar abrir o portão.


Mágico. Entrei e vi toda aquela gente (não era muita, mas o máximo que tinha visto) e fiquei encantado. Procurei um lugar no alambrado e foi fácil pelo meu tamanho. Fiquei atrás do gol do Silas. O famoso Silas, que junto com o Luiz Andrade, eram os nossos heróis maqueanos e os nossos codinomes em jogos na pracinha


Eu me lembro perfeitamente. O atacante da Ferroviária fez falta no ataque mas o juiz apitou contra. O adversário bateu a falta e colocou a bola no ângulo de Silas. O meu herói não alcançou e a ferroviária virou o jogo. A torcida ficou revoltada. Tentaram invadir o campo, colocando abaixo o alambrado.


Acho que chegaram a invadir, mas a Policia Militar reprimiu e forçou a torcida a recuar. Naquela bagunça, houve um estouro de torcida e muita gente saiu correndo em direção ao portão. Eu, no embalo, corri junto de medo e corria mais ainda quando olhava para trás e via toda aquela gente correndo.


Do lado do estádio, havia uma praça com árvores. O instinto caipira bateu mais forte e subi em uma.


Somente desci quando achei seguro.


Fonte : Luiz Fernando Crestana


A torcida estava revoltada e queria pegar de pau o juiz. Foi uma confusão. Uma hora era a Policia Militar batendo na turma, outra hora era a turma querendo bater na Policia. Acho que sobrou até para os cavalos militares.


Eu, perdido da turma, fui embora sozinho. Cheguei em casa e meu pai não falou nada. Liguei o Rádio e ouvi que a confusão corria solta.


Passado algum tempo, o meu irmão me convidou para ir assistir a um jogo de domingo. Era contra o São Paulo[bb] e o goleiro era o Valdir Perez. O glorioso Mac alegrou-nos imensamente, como fez muitas vezes depois.”

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